sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

J.K. ROWLING: OS CONTOS DO BARDO BEEDLE

Post iniciado em 05/02/2009

Já escrevi que Harry Potter é uma cachaça. E a autor, J. K. Rowling, ofereceu mais essa pequenina dose.
Parecem contos de fadas, mas são contos de bruxos cheios de boas lições, que a Hermione lê sem parar em Harry Potter e as Relíquias da Morte. Cada história tem comentários do Professor Dumbledore. The Warlock's Hairy Heart é o meu preferido. Bom para trouxas felizes!

EDWARD RUTHERFORD: OS PRÍNCIPES DA IRLANDA (DUBLIN FOUNDATION)


Post iniciado em 05/02/2009

Esse aí eu levei quase 2 anos para ler, mas consegui terminar antes do estouro dos fogos de 31/12 (2008).

Desse autor, Edward Rutherfurd, já tinha lido Londres, o romance, em que narra 2.000 anos da história da capital inglesa desde sua formação geológica até a década de 90. Cada capítulo detém-se num determinado período histórico, formando um fio condutor da história da própria Inglaterra. Passamos pela época da formação da aldeia celta de pescadores à beira do rio Tâmisa, os tempos de província romana, a chegada dos saxões, depois os vikings, o domínio dos normandos plantagenetas, a dinastia Tudor de Henrique VIII e Elizabeth, a Revolução Gloriosa, a Restauração, o louco rei George do século XVIII, a cultura cockney do tempo de Dickens, a formação das classes operárias da era vitoriana e por aí vai, até o governo de John Major (se não me engano).

Em um outro romance, Rutherfurd segue o mesmo modelo para contar 1000 anos de história de New Forrest. Este eu ainda não li. Está na prateleira-fila de espera. Mas o autor também manteve a receita em Os Príncipes da Irlanda, primeiro volume da obra A Saga de Dublin. No prólogo, chamado Sol Esmeralda, o autor vaga pelas origens míticas daquela terra cheia de lendas de reis gigantes. Depois, prossegue com a cultura celta medieval com seus guerreiros e druídas e avança pelos séculos até chegar ao ano de 1533, quando começam os problemas entre católicos e protestantes, que até hoje não se resolveu.

Outra marca do autor é a linha genealógica dos personagens. Um mercador retratado no século 15 pode ser descendente de algum druída do capítulo do século 5, ou de um imigrante viking do século 10. Sempre herdam um traço genético ou a corruptela do nome de seus antepassados. Um sujeito chamado MacGowan descende de um tal de MacGoignenn, e este de outro Goibnu. Todos separados por alguns séculos de histórias e acontecimentos extraordinários.

A Irlanda tem uma onda muito diferente da Inglaterra. Embora a influência escandinava seja forte, a primeira não foi invadida pelos anglos e saxões, e conseguiu manter sua raiz celta, marcada pelo idioma gaélico (semelhante aos dos escoceses e galeses) e por um certo sincretismo entre as crenças antigas e o cristianismo. Num capítulo sobre um homem que se torna monge, descendente de outro que se tornou druída, vemos como os dois mundos espirituais conseguiram se abraçar. A introspecção e contemplação da natureza nutridas pelos druídas encontrou eco na vida reclusa e de orações dos monges cristãos. Nesse episódio, faz-se menção ao lendário livro de Kells, um tesouro da cultura celta.

Cada capítulo com seu grupo de personagens deixa saudade quando termina. É um traço da obra de Rutherfurd, que é inglês, porém elegeu Dublin para viver há mais de dez anos. Seus livros sempre trazem mapas e a árvore genealógica dos personagens. A Saga de Dublin continua com o segundo volume The Rebels of Ireland (ou Ireland Awakening no mercado europeu), que ainda não foi lançado no Brasil. No site oficial do escritor ele divulga seu novo romance intitulado New York. Mais uma vez ele viaja pela história de uma cidade, recriando a Manhattan dos índios algonquins, os assentamentos de holandeses, depois os ingleses, até chegar ao século da tragédia do 11/9. Já estou morta de vontade de ler!

MARVELS e AUTHORITY

Post iniciado em 05/02/2009

Meu amigo nerd Bernardo é uma espécie de consultor para assuntos Marvel/DC. Ele me recomendou esses dois HQs de que gostei imensamente.

MARVELS, de Kurt Busiek e Alex Ross

Nesses tempos de banalização da fama e da auto-afirmação de todo e qualquer ser humano, uma história contada do ponto de vista de quem não é herói é muito intrigante. Essa série em 4 volumes propõe justamente isso.
Já pensou achar os super-heróis um saco. Um bando de marrentos e pretenciosos? Ou interpretar os fatos de forma que parece que o encapuzado não fez nada, apesar de ter salvado a humanidade. Pode acontecer com qualquer um, inclusive com um herói. O circo da fama X anonimato e do heroísmo X mera mortalidade é bem cruel. Pobres maravilhas incompreendidas.

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AUTHORITY - SEM PERDÃO, de Warren Ellis e Bryan Hitch

Novas idéias oxigenam o mundo dos HQs como essa série onde os super-heróis partem mesmo para a ignorância e realizam o que qualquer mortal gostaria de fazer para resolver problemas, conseguir justiça e combater ameaças. Tudo num contexto do planeta globalizado (defender o mundo e não só o american way) e onde o comportamento politicamente correto é defendido e ignorado ao mesmo tempo.
É um time de heróis bem ousado esse Authority. Formado pela inglesa durona e fumante Jenny Sparks (a tal Espírito do Século 20), Jack Hawksmoor, Doutor Swift, a Engenheira e o que talvez seja o primeiro casal de super-heróis assumidamente gay: Apolo e Meia-Noite. Tem outros volumes como o Authority - Sob Nova Direção, que lerei e comentarei oportunamente.

Mais Neil Gaiman: Violent Cases, Mistérios Divinos, Dias da Meia-Noite

Post começado em 05/02/2009

Na gana irracional de ler tudo do autor, comecei a limpar o tacho com esses três, que consegui encontrar em edições locais.
Mas ainda falta Mr. Punch, Signal to Noise, The Day I Swept My Dad for Two Goldfish, Livros da Magia, The Graveyard Book e sei lá mais o que.


Violent Cases
Bela edição pela HQM Editora da graphic novel de 1987. Um dos primeiros trabalhos do Gaiman com a arte do fabuloso e maluco Dave McKean.
Me lembrou o Electra Assassina do Frank Miller e Bill Sienkiewicz, lançado naquele época e que tem uma narrativa totalmente fragmentada e meio alucinada.
Gaiman tem uma identidade de escritor de terror e mistério. Violent Cases é um exemplo clássico e, dizem, revolucionário do gênero HQ.
Pouco tempo depois, os dois produzem a Orquídea Negra, uma das criações mais arrebatadoras da dupla.

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Mistérios Divinos

Tenho um fascínio pela figura do anjo caído. Difícil explicar, mas não se trata de uma adoração exotérica tipo anjos da guarda, Monica Buonfiglio (nada contra e nunca li seus livro) etc. Acho que é mais pela contradição meio humana dos anjos. Talvez o Wim Wenders tenha contribuído para essa minha noção dispersa e vaporosa feito nuvem. Pensei em tatuar um dos anjos caídos que o Gustave Doré criou para ilustrar o Paraíso Perdido, de John Milton. Mas é difícil escolher a imagem que retrata esse conceito quebrado da minha cabeça.
Lúcifer é o demo, né? Mas por muito tempo ele foi um anjo belo e admirado na cidade de prata, onde outros anjos viviam e auxiliavam Deus na criação do universo. Mistérios Divinos é originalmente um conto de Gaiman (se não me engano, faz parte da coletânea Fumaça e Espelhos) com uma trama meio policial sobre anjos, amor, assassinato e muitas emoções mais antigas que a humanidade. O artista P. Craig Russel adaptou e ilustrou o conto no formato HQ.

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Dias da Meia-Noite
Essa coleção é muito especial, pois reúne três personagens consagrados das histórias em quadrinho.
Em Sandman Teatro da Meia-Noite, o herói original da era de ouro dos HQs, Wesley Dodds, encontra o novo Mestre dos Sonhos concebido por Gaiman.
Jack in The Green conta com o Monstro do Pântano, que o autor já havia trazido para seu universo na série Orquídea Negra. Muito bom rever o grandalhão verde. Gosto muito da série que o Alan Moore escreveu com o personagem.
E ainda tem Me Abraça, com o incrível John Constantine, sempre envolvido numa história em alguma medida bizarra e arrepiante.
Os textos são de Neil Gaiman e Matt Wagner. E as ilustrações, de Dave MacKean, John Totleben, Teddy Kristiansen e Steve Bissette.

SANDMAN: A JORNADA DOS SONHOS COMPLETA


Post original (embrionário) de 05/02/2009

Houve uma lacuna gigantesca na minha leitura dos 10 volumes do Sandman. Lá pelo inicio dos anos 90 parei no meio do arco Estação das Brumas. Muitas areias do tempo depois, começou a ser lançada a série completa em volumes luxuosos de capa dura e papel couchê. Daí, tirei o atraso da experiência onírica. Quando terminei o décimo volume, Despertar, resolvi voltar ao início mais uma vez e reler todos os arcos do mestre Morpheus.

Neil Gaiman é fodaralhaço. E... sei lá.... Sandman não é só uma das melhores realizações das histórias em quadrinho. É um tesouro de imaginação artística.

Como não sonhar com a possibilidade de novas histórias do Sonhos e os outros Perpétuos?
Teve aquele belo "Noites sem fim", com novas histórias do Sandman e seus irmãos desenhadas por mestres como Milo Manara, Moebius Bill Sienkenvicz e outras feras. Mas ainda é pouco...

Casa de Bonecas, Prelúdios e Noturnos, Estação das Brumas e Um Jogo de Você podem ser meus volumes favoritos... Talvez... Mas a verdade é que tudo é bom. E ainda tem o livro com as histórias da irmã Morte.

Os irmãos perpétuos Sonho e Morte


Sem falar nas capas do Dave Mckean e no trabalho dos diversos artistas que conceberam visualmente os personagens e ilustraram as histórias.

Acho que a sequencia que mais me marcou de todas as histórias foi a da despedida de Sandman, quando sai do inferno, depois de recuperar seu elmo num combate com um dos demônios de Lúcifer. O senhor do Inferno pergunta porque ele acha que poderá sair livremente de seus domínios. E o Lord Morpheus responde algo como "-Porque eu sou o Sonho. E o que seria dos habitantes do Inferno se não pudessem sonhar com o Céu."

'Stars shining bright above you.
Night breezes seem to whisper I love you.
Birds singing in a sycamore tree.
Dream a little dream of me.'

NEIL GAIMAN: COISAS FRÁGEIS


Postado originalmente em 05/02/2009

Demorou mas lançaram no Brasil essa recente coletânea do criador de Sandman.

Destaque para o conto "O Monarca do Vale", onde Gaiman resgata o personagem Shadow, de seu romance Deuses Americanos. Outro curioso é "O Problema de Susan", em que o autor tenta exorcizar sua frustração com o destino de Susan em As Crônicas de Nárnia.

São 9 contos maravilhosos.

Michael Crichton: Linha do Tempo

Postado originalmente em 05/02/2009

E o homem se foi. Mal tinha acabado de ler esse romance sobre viagem no tempo, física quântica, idade média e tal, quando soube que Michael Crichton tinha morrido vítima de câncer. Achei uma pena, pois fiquei muito interessada na obra dele e imaginava quantas idéias legais ainda iria abordar em novos livros.

o cientista da ficção
Michael Crichton: o cientista da ficção

Na semana em que partiu, foi exibido um episódio do seriado E.R. com uma introdução especial em que o ator Eric La Salle (o dr. Peter) fez uma homenagem super bonita ao Crichton. Ele foi o idealizador da série, que tomava emprestado um pouco da experiência do escritor quando foi médico da emergência de um hospital de Chicago. Aliás, sempre achei que aquele personagem do E.R., Dr. Carter, é meio que um alterego do Crichton. A história é em Chicago e ambos foram estagiários e residentes do setor de emergência. Ambos conheceram a África. Só que Michael Crichton, antes de estudar e fazer residência em medicina, era um antropólogo. Suas viagens à África, que inspiraram livros como Congo (que não li), ocorreram em função da Antropologia. Esse background do autor me interessou muito. Mais do que o sucesso de Jurassic Park.

Passei alguns anos na vontade de ler esse Linha do Tempo e o Devoradores de Mortos. Esse último, foi o que inspirou o filme O 130 Guerreiro, com o Antonio Banderas. Na verdade, o livro não é exatamente uma obra de ficção, mas sim o resultado de uma pesquisa de Crichton sobre um manuscrito de um sujeito do mundo árabe da idade média, que realmente existiu e registrou suas impressões de uma viagem pelas terras dos Vikings. São muito bacanas, tanto o livro quanto o filme.

Mas vamos ao Linha do Tempo. Conheci primeiramente o filme, que achei fraco e bobo. Aproveita muito pobremente um ótimo argumento sobre viagens no tempo. A presença de Gerard Butler dá até uma florida na parada, mas o Marek que ele interpreta é muito fraquinho em comparação com o do livro.

Pois bem. Nesse romance, o Crichton coloca em questão as possibilidades de viagem no tempo, respaldadas, se posso dizer assim, pela física quântica. Não vou entrar em detalhes sobre esse assunto, até porque, mesmo com as tentativas de explicar, da forma mais didática possível, os fenômenos de deslocamento no tempo-espaço (o autor até desenha, literalmente), fiquei de cuca fundida total. Deixa pra lá a parte científica da ficção....

Caindo de pára-quedas no meio da Guerra de Cem Anos
Caindo de pára-quedas no meio da Guerra de Cem Anos

Os personagens principais do livro são cientistas, técnicos e pesquisadores de diversas formações. Uma equipe multidisciplinar, que inclui antropólogos, geólogos, botânicos, físicos e até um especialista em armas e combates na idade média, que fala inglês e francês antigos, occitano e outras línguas obscuras. Esse é o sensacional Marek. Que ainda é pegador e se dá bem nas aventuras...

Bom... Aí, esse povo todo está trabalhando para uma super corporação de tecnologia chamada TechGate, liderada por um empresário visionário chamado Robert Doninger, que, pela descrição de Crichton, é uma espécie de Bill Gates menos famoso, mas muito mais ambicioso e sem escrúpulos. A equipe atua para Doninger num projeto secreto que pretende viabilizar viagens no tempo como a nova fronteira da ciência, turismo e entretenimento. Os funcionários trabalham na escavação de um sítio arqueológico, onde no século 14 (um dos meus favoritos!!!) deu lugar a uma batalha sangrenta em meio à Guerra dos Cem Anos. O piloto do “projeto” pretende levar as pessoas a um “passeio” por esse cenário histórico, de onde retornariam ilesas depois de viverem fortes emoções.

Tudo na teoria é bonito, mas você já pode imaginar que, na prática, ninguém voltaria totalmente ileso e as “emoções” de cair no meio do século 14, sem saber cavalgar ou usar espada e escudo, estão mais para uma roubada, mesmo. E os nossos heróis cientistas se metem nessa enrascada para salvar um dos membros da equipe que não conseguiu voltar ao século 20, e vivem extraordinárias aventuras.

Mas além da viagem no tempo, tem vários detalhes interessantes no livro, com relação aos personagens e suas áreas de conhecimento. Tem uma arquiteta e historiadora, que explica para um bando de turistas como funcionava a fundação das cidades na idade média. Os donos de terras no período medieval construíram muitas das cidades, que hoje achamos que se originaram da ocupação espontânea de um terreno próximo a um rio ou do mar. Mas esses senhores mandavam construir as cidades, às vezes, do nada, para depois explorar os habitantes com impostos, licenças etc. Enfim... Não imaginava que a especulação imobiliária funcionasse nesses termos ardilosos há tanto tempo.

Último comentário nesse tópico que está longo até para um post individual.... E o tal congressista que construiu um castelo medieval enorme numa área rural de Minas? Inacreditável. Preciso de uma máquina de viajar no tempo. Quero saltar para antes da Revolução Francesa, porque nada mudou mesmo. Continuamos sustentando uma classe de aproveitadores. A diferença é que agora somos nós que escolhemos quem vai nos explorar.

Tracy Chevalier: O Azul da Virgem e A Dama e O Unicórnio

Postado originalmente em 05/02/2009

Você pode nunca ter ouvido falar da autora, mas talvez conheça o filme "Moça com brinco de pérola", baseado no livro homônimo, que tornou Chevalier conhecida em todo o mundo.

O filme é muito bonito e realmente transmite o clima do livro. A Scarlett Johansson me parece uma Griet perfeita. A atriz que faz a Tanneke é a própria The Milkmaid (meu quadro favorito de Jan Vermeer). Tem cenas filmadas em Delft, onde Vermeer viveu. Até a estrela no chão da Praça do Mercado, onde Griet dá voltas, perdida em suas indecisões, está lá, meio desbotada, no filme. Mas é no livro que a autora garante uma viagem extraordinária pelas sedas, pérolas, luzes e cores do imaginário de Vermeer (aliás, li aqui que se pronuncia "férmir"), e pelas sensações e transformações de uma jovem protestante holandesa, que trabalha como empregada na casa do artista, e se torna irremediavelmente presa dos mistérios da arte e das intrigas da família.

Tracy Chevalier nasceu nos Estados Unidos e vive na Inglaterra. Ela cria histórias sobre mulheres, que, geralmente, vivem em épocas passadas. Tracy possui um texto esplêndido, além de caprichar no que diz respeito à pesquisa e reconstituição de época.

O AZUL DA VIRGEM

O Azul da Virgem, de Tracy Chevalier
O Azul da Virgem, de Tracy Chevalier

Esse é o primeiro livro da Tracy. É sobre duas mulheres em tempos diferentes, que o leitor percebe aos poucos serem descendentes uma da outra.

A ruiva Isabelle du Moulin vive no século 16, na França. Sua família torna-se protestante e muda-se para a Suíça. Mas a força ancestral da Virgem ainda assombra o coração da jovem huguenote. E nos anos 90 vive a parteira americana Ella Turner, que muda-se para a França, onde o marido acaba de aceitar um emprego. Investigando as origens de sua família (os Turner ou Tournier) pelo interior da França, Ella vai aos poucos se aproximando da vida da antepassada Isabelle.

Ao alternar os capítulos entre Isabelle e Ella, Tracy coloca o leitor como o observador de um labirinto, em que as personagens caminham de entradas (e tempos) diferentes, atraídas para um mesmo ponto obscuro. Tracy desde o início já manda bem. É uma leitura vertiginosa. Daquelas para um feriado chuvoso de 3 dias, em que você não consegue parar de virar as páginas.

A DAMA E O UNICÓRNIO

Agora Tracy volta a falar de obras de arte e inventa uma história maravilhosa em torno do famoso conjunto de tapeçarias do final do século 15, que hoje encontra-se exposto no Museu da Idade Média, em Paris. O pintor miniaturista e mulherengo Nicolas des Innocents recebe uma encomenda para a qual cria o motivo da Dama e o Unicórnio. Mas acaba sendo obrigado por seu cliente, Mr. Jean Le Viste, a partir de sua querida Paris rumo a Bruxelas, onde irá acompanhar a confecção da série de tapeçarias com o tema que criou.

A Dama e o Unicórnio, de Tracy Chevalier
A Dama e o Unicórnio, de Tracy Chevalier

E o romance segue com a trajetória e as motivações do artista, bem como as mulheres que o inspiraram. Há descrições detalhadíssimas das técnicas de tecelagem da época. Dos millefleurs. Confesso que às vezes me perdia tentando entender exatamente como os tecelões do século 15 manipulavam aqueles teares pesados e complicados, com suas manivelas, urdiduras, liças, cilindros etc. Sem falar na preparação dos fios e na dificuldade de obter a cor exata com os processos de tintura. Enfim... era um trabalho hercúleo, demorado e que quase esgotava física e financeiramente os artesãos.

Tracy cria uma trama envolvente e uma série de personagens apaixonantes. E, claro, desperta no leitor uma tremenda curiosidade de ver as tapeçarias de perto e imaginar essa e outras histórias para as pessoas que as criaram.

A Dama e o Unicórnio é o quarto livro da autora, posterior ao Moça com Brinco de Pérola. Ainda falta ler Anjos Caídos (2001) e Burning Bright (2007).

Encerrando esse longo adeus a 2008...

Postado originalmente em 05/02/2009

Gosto de ficar parada olhando pros meus livros... São meus amigos imaginários. Acho que sou meus livros.

os livros me olham desconfiados da estante
os livros me olham desconfiados da estante

Numa daquelas descoberta casuais que a Internet nos proporciona, me surpreendi com esse ótimo blog do projeto Portaberta. Veja esse post com o poema O homem que foi soterrado pela biblioteca, de Fábio San Juan.

Tenho uma compulsão quase incontrolável por livros. Passar na porta da Saraiva ou da Livraria da Travessa é um perigo pra mim. O que acontece? Compro os livros como uma garantia de alimentação literária até a morte. Não dou conta de ler tudo o que compro e o que me emprestam. É uma vergonha. Já fiz até uma prateleira só dos livros interrompidos e outras dos que continuam aguardando na fila. Daí, mudo de apartamento, arrumo as estantes de qualquer jeito e misturo os lidos, meio lidos e nada lidos.

Em 2008 não li nada que estava na parada arrepiante de sucessos da veja. Não. Eu não li os livros dos vampiros da Stephanie Meyers, nem o novo do autor do Caçador de Pipas. Nada contra. Mas não sei dizer porque ou como escolho essas leituras. Tem a ver com os autores, que são os meus favoritos. Não tive muito tempo para ler o quanto gostaria, pois foi um ano de estudos em função de uma pós-graduação, então, tive que dar preferência às leituras que não entram nos assuntos do blog.

Mas até que foi produtivo.

APOCALYPTO

Postado originalmente em 01/02/2009

Antes de mais nada, devo dizer que tenho uma bronca violenta do Mel Gibson como diretor. Tipo, eu nunca vou ver aquele do cristo, nem o da guerra de independência (apesar de ter o Heith Ledger, que Deus o tenha), nem aquele outro da guerra do Vietnã. Não me interessam as idéias revisionistas e reacionárias do cara. Prefiro ele como ator. Pode ser canastrão, mas é lindo de morrer e carismático.

As exceções são o Brave Heart (apesar dele demonstrar uma homofobia descarada quando o rei defenestra o namorado do principe), o Homem sem face (ótimo) e esse mais recente, Apocalypto.

uma boa aventura do Gibson
uma boa aventura do Gibson

Gibson faz questão de tornar autêntica a reconstituição de época de seus filmes. Isso se vê em Brave Heart e, pelo que li, também naquele das guerras de independência (que conta com consultoria do Smithsonian Institution) e no do cristo ensanguentado feito uma picanha na cruz (falado em aramaico e o caramba). Esse rigor não garante bons filmes, mas é levado adiante com o Apocalypto, onde os atores falam uma língua que a divulgação do filme informava ser muito próxima da que os antigos astecas ou maias, sei lá, falavam. E ainda tem toda a parte de maquiagem, figurino (mínimo, pra falar a verdade) e adereços.

Mas o que importa dizer é que é um ótimo filme de ação, com tudo que uma narrativa clássica da jornada do herói tem direito. Nem precisava de tanta preocupação com a língua da época. Li uma resenha, acho que do NY Times, na época que estreou nos EUA, criticando o filme pela correria ininterrupta do personagem principal. Realmente, ele corre em boa parte do filme, mas acontecem taaaaaantas coisas. É bem bacana e passa no Telecine.

TRILOGIA JASON BOURNE

Postado originalmente em 01/02/2009

A Identidade Bourne
A Identidade Bourne

Esses filmes são o exemplo do gênero tiros, socos e correrias mais legais de assistir. Me rendi desde o primeiro, A Identidade Bourne. Apesar do Matt Damon, que não considero grandes coisas, é uma excelente aventura de espiões com roteiro sempre inteligente.

Os filmes mais populares de ação sempre me intrigaram, pois tenho dificuldade de acompanhar as cenas de batalhas, tiroteios, perseguições, aviões se bombardeando etc. Acho tudo muito rápido e acabo me intediando. Acho que foi o 300 que conseguiu me fazer acompanhar uma cena de batalha realmente maravilhada com toda a ação.

A Supremacia Bourne
A Supremacia Bourne

Mas nos filmes do Bourne, sei lá, não tem nem importância ficar sem entender totalmente as brigas e tiros. A história funciona de qualquer jeito. E os dois últimos filmes, A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne, são ainda melhor nesse aspecto. Foram dirigidos pelo Paul Greengrass (um dos cineastas mais interessantes do momento, ele fez também aquele Vôo não sei que lá da United) e têm o ritmo mais alucinado e vertiginoso ainda.

O Ultimato Bourne
O Ultimato Bourne

Coloquei a trilogia na lista porque foi apresentada em maratona no Telecine há uns meses atrás. E é incrível como a gente assiste um seguido do outro e fica com vontade de voltar a ver o primeiro, assim que o último acaba.

Além disso, o tema do Moby, Extreme Ways, é uma das minhas músicas favoritas do careca descendente de Herman Melville.

ACROSS THE UNIVERSE

Postado originalmente em 01/02/2009

Beatles. Há quem não goste dos Beatles. O que acho estranho, pois eles são tão desiguais. Ao longo de 8 anos de existência, a banda fez cada álbum tão diferente do anterior. São várias facetas dos Beatles. Revolver está bem distante de A Hard Days Night, que não tem nada a ver com o White Album.

beatles, amor e revolução
beatles, amor e revolução

E que tal um filme que atravessa os anos 60 ao som dos Beatles? Era uma vez um cara chamado Jude, que se apaixona por Lucy. Eles vão para Nova York e moram na república da sexy Sadie, onde também vive a querida Prudence.

E por aí segue o filme da ótima Julie Taymor (Titus e Frida). Uma explosão extasiante de cores, música, paz e amor ao som de Hey Jude, Lucy in The Sky with Diamonds, Dear Prudence, Helter Skelter, Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band e muitas outras, com direito a Bono cantando The Walrus. Mas nada remete a uma coleção de videoclipes. É muito mais que isso. Destaque para a cena mais bonita e impactante do filme, quando ouvimos Strawberry Fields Forever.

A PELE, BIOGRAFIA IMAGINÁRIA DE DIANE ARBUS

Postado originalmente em 01/02/2009

sob a pele de uma fotógrafa
sob a pele de uma fotógrafa

Há muitos anos li um livro da Susan Sontag sobre fotografia. Entre vários aristas das lentes, ela se detem sobre a obra de Diane Arbus. Lembro do texto de Sontag descrevendo as pessoas clicadas por Diane. Os mais diversos tipos marginalizados de Nova York, como anões, mulheres barbadas e outros freaks.

Esse filme com Nicole Kidman e Robert Downey Jr. é um belo e carinhoso retrato fictício da fotógrafa tão incompreendida em sua época. O título original em inglês, "Fur" (que quer dizer pele, mas do tipo peluda como de mink, chinchila ou qualquer outra que serve para casacos de pele), remete ao ramo da família de Diane, que comercializava casacos de pele.

Pele também é o objeto imediato da curiosidade da fotógrafa, que conhece e se envolve com o vizinho, vivido por Downey Jr., que sofre de hipertricose. Tem o corpo inteiramente coberto de pelos como um urso.

O filme constrói um possível universo interior de Diane Arbus, dividida entre sua família conservadora, e a irresistível atração pelo exótico mundo dos outsiders.

ZODIACO

Postado originalmente em 01/02/2009

assassino de aries a peixes
assassino de aries a peixes

Muito bom filme, baseado em história real do chamado assassino do Zodiaco, que mandava cartas à redação de um jornal de San Francisco, enlouquecendo as vidas de jornalistas e policiais nos anos 70.

Tem ótimos atores: Jake Gyllenhaal, Mark Rufallo e Robert Downey Jr. (por favor, continua assim que tá ótimo, bicho! ).

Podia realmente ser menos longo (concordo com minha amiga Julie).

SURF’S UP (TÁ DANDO ONDA)

Postado originalmente em 01/02/2009

pinguim é a maior onda
pinguim é a maior onda

Pinguins surfistas num filme de animação com uma dinâmica meio de ficção, meio de documentário. E tem vozes de surfistas de verdade.

É sensacional! O melhor de tudo é o velho surfista solitário com voz do Jeff Bridges. Tipo um Big Lebowski das ondas. E tem o frango surfista perdido entre os pinguins... Já tou com vontade de ver de novo.

A trilha sonora é maravilhosa, com direito a uma inédita da Lauryn Hill.

O ESCAFANDRO E A BORBOLETA

Postado originalmente em 01/02/2009

Fecho com esse sensacional longa-metragem que só consegui ver em DVD. Na verdade, é um filme de 2007, mas, se não me engano, chegou ao Brasil no ano passado. Assisti depois de Ensaio sobre a Cegueira, com quem tem lá alguns laços simbólicos. Mas o Escafandro e a Borboleta é uma experiência bem diferente.

vida dentro do escafandro
vida dentro do escafandro

Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric, o vilão do último 007) é o poderoso editor da revista Elle, que sofre um derrame e perde os movimentos quase totais de seu corpo. Depende de aparelhos para manter seus pulmões, coração e outros órgãos funcionando, e se comunica com o piscar de um dos olhos, único movimento que consegue controlar.

Duas mulheres (lindas como anjos) ajudam Bauby a dominar a linguagem do olho e a tentar recuperar o movimento da boca para talvez voltar a falar. E tudo é mostrado pelo olho de Bauby. A câmera fica "oculta" por trás de seu olho e acompanha toda a angústia e frustração do personagem. Ouvimos tudo que ele queria ter dito de verdade e que não transmitiu com as piscadas. Aliás, este é um método super complicado, em que seu interlocutor encadeia as letras do alfabeto na ordem em que estas são mais utilizadas na língua francesa. E, O, L, R, M (algo assim). E, conforme se diz a letra da palavra que quer formar, o paciente pisca indicando para parar naquela letra. Lentamente, as palavras vão se formando. Bauby e seus anjos avançam na liguagem do "pisca-letras" e o ex-editor, consegue um arremedo de vida para o corpo aprisionado.

E é isso que gostaria de contar. No mais é um dos filmes mais bonitos e emocionantes que já assisti. Difícil de descrever com justiça.

MARGOT AT THE WEDDING

Postado originalmente em 01/02/2009

Desse só quero comentar que gosto muito dos atores Nicole Kidman, Jennifer Jason Leigh e Jack Black. Mas apesar deles, e da história ser diferente do usual, achei meio chato.

palavras em ação
palavras em ação

Nicole e Jennifer são duas irmãs com questões mal resolvidas. Nicole (Margot) vai ao casamento de Jennifer (Pauline) com Jack Black (que até em filmes sérios e densos é bom, sem deixar de ser engraçado). Os dias de véspera do casamento são um desenrolar de brigas, choros, reencontros dolorosos. Tudo muito centrado nos diálogos, embora as pessoas quebrem o pau se deslocando bastante, mudando de cenário (ora dentro de casa, ora caminhando num bosque ou dirigindo um carro), o que confere alguma ação ao filme.

É cheio de frustrações e problemas não resolvidos. Parece com a vida. E bem chato como ela muitas vezes é.

BECOMING JANE

Postado originalmente em 01/02/2009

Outro que foi direto para o DVD e HBO ao mesmo tempo. Tem fãs de Jane Austen que não gostam dessa cinebio imaginária da escritora. Os créditos do filme afirmam se basear em cartas e outros escritos de Jane. Anne Hathaway (de O Diabo Veste Prada) interpreta a jovem Jane, que ainda não publicara seus romances, apresentando-os apenas para sua família.
Nasce uma escritora.
Nasce uma escritora.

Filha de um pároco do interior da Inglaterra, Jane não tem grandes perspectivas de casamanto. As poucas que tem, recusa por julgar que merece se casar por amor. Mas tem um romance proibido com um jovem advogado, Sr. Tom Lefroy (o meu novo queridinho James McAvoy).

O tal Lefroy realmente existiu, mas seu romance ardente com Jane é uma opção fictícia do filme, que é bastante focado nesse aspecto da vida da autora de Orgulho e Preconceito.
Mas gostei do filme. Embora derrape historicamente, mostrando um comportamento íntimo dos casais muito pouco comedido para o século 18, o filme retrata um cenário social bem no clima das obras de Jane. Todas as regras de comportamento, discurso moral e hipocrisia da sociedade inglesa observados por Austen de forma tão esmerada em seus livros, estão presentes na trama do filme. E heroínas como Elizabeth e Jane Bennet, Elinor e Marianne Dashwood ou Anne Elliot estão diluídas nas personalidades e nos destinos de Jane e sua irmã Cassandra Austen.

No Brasil, o filme ganhou o título ralo de Amor e Inocência (só pra ajudar a achar em DVD e na programação de TV).

O CLUBE DE LEITURA DE JANE AUSTEN

Postado originalmente em 01/02/2009

Fiquei meio decepcionada com esse, que aguardei sair nos cinemas, mas foi direto para DVD. Adoraria fazer parte de um clube de leitura de Jane Austen ou de leitura em geral. Mas não gostaria de formar clube com as personagens desse filme. Talvez com a Bernadette (Kathy Baker), que parece a única que gosta mesmo dos livros. O resto é um bando de chatas, que, apesar de estarem no século 21, têm vidas mais tediosas que as pobres heroínas de Austen.

não convidem Jane Austen para esse clube
não convidem Jane Austen para esse clube

Mesmo sendo uma fonte de inspiração para as tramas de confusão e desencontros amorosos, típicos das comédias românticas mais batidas, a obra de Jane Austen não foi bem aproveitada nesse filme. Pena... O argumento até parecia bom.

A única coisa realmente legal foi descobrir a música do Paolo Nutini ("New Shoes") que toca na abertura do filme.

Para quem gosta da autora, recomendo o blog Jane Austen em Português.

THERE WILL BE BLOOD (SANGUE NEGRO)

Postado originalmente em 01/02/2009

Esse concorreu ao Oscar do ano passado e conquistou o de melhor ator para Daniel Day-Lewis. Não consegui ver no cinema (difícil dar conta de tudo em 2008...).

day-lewis dá o sangue por plainview
day-lewis dá o sangue por plainview

O filme narra a saga de Daniel Plainview (Day-Lewis, cada vez mais raro nas telas, mas não menos extraordinário). Apesar do nome, Plainview tem uma visão bastante arrojada da vida e dos negócios e, após anos de ralação e trabalho braçal, ergue uma enorme corporação de exploração do petróleo. A ascensão de Plainview, sua conturbada relação com o filho adotivo e os conflitos com a comunidade onde explora o "sangue negro" são os principais elementos da trama de There will be blood (Sangue Negro).

E puxa vida... que filmaço. Diferente de tudo que eu tinha imaginado. Econômico nos diálogos. Com saltos e cortes abruptos, que parecem querer puxar o expectador por uma janela de distanciamento crítico.

O diretor Paul Thomas Anderson tem projetos bem diversificados no currículo como os filmes Boogie Nights e Magnólia, episódios de Saturday Night Live e comerciais de TV. Mas nesse There will be blood (Sangue Negro), Anderson cria algo realmente diferente para o cinema.

E a trilha sonora é outra surpresa, com tema orquetral de Jonny Greenwood (guitarrista do Radiohead) e obras de Brahms e Arvo Pärt.

ATONEMENT (DESEJO E REPARAÇÃO)

Postado originalmente em 01/02/2009

Escrever é um ato de transformação. Pode transformar intimamente quem escreve, mas também transfigurar a realidade à sua volta.

Em Desejo e Reparação, o som metálico da máquina de escrever quase se camufla na trilha sonora e serve de marcação das cenas em que a realidade da trama começa a se fragmentar no delírio de uma pequena escritora. Sua imaginação e seu forte desejo de encontrar um lugar no que acontece ao seu redor, empurram a personagem para o redemoinho do dilema entre culpa e honestidade.

A propósito da honestidade e da realidade
A propósito da honestidade e da realidade

O romance de Ian McEwan está na minha lista de pendências literárias. O filme do Joe Wright é um dos melhores do ano passado. Parecia um novo épico romântico passado na segunda grande guerra. Porém, é muito mais do que isso. Há uma forma de contar a história totalmente original e intrigante.

O diretor repete um exercício que adora: filmar um longo plano-sequência. Em seu filme anterior, Orgulho e Preconceito (acho que é por isso que o título original Atonement, que significa reparação ou expiação, virou Desejo e Reparação, como se fosse uma tendência do cineasta por títulos com 2 palavras...), Joe mostra a personagem Elizabeth Bennett (Keira Knightly, que também faz Atonement) passando em frente à casa da família e a câmara adentra a sala, passeia por vários cômodos, rodopia e reencontra Lizzie passando por outra porta. O efeito é muito bonito e retrata o clima bucólico da vida na Inglaterra campestre do final do século 18.

Em Atonement, ele repete a dose numa sequência em que soldados ingleses se encontram numa praia onde aguardam resgate em meio a um teatro de barbaridades. A câmara passeia em tomada ininterrupta por mutilados que gemem, loucos que gritam, bêbados que jogam e riem.

Mas todas as situações delirantes ou não das belas imagens de Atonement se confundem, entram e saem continuamente da imaginação de uma personagem. É ela quem manipula a trama em seu contexto real e imaginário. É muito doido.

No mais, o filme tem atores ótimos, como a Keira Knightly, James McAvoy (gosto cada vez mais dele) e a lendáriaVanessa Redgrave.

CONVERSAS COM MEU JARDINEIRO

Postado originalmente em 01/02/2009

o pintor e o jardineiro
o pintor e o jardineiro

Essa é uma daquelas histórias que nem sei como verbalizar os motivos porque gostei. É simples e profundamente belo.

Daniel Auteil é um pintor que resolve voltar à casa de campo de sua infância e reencontra um velho amigo, que agora, trabalho como jardineiro.

As diferenças dos dois vão sendo vencidas por uma amizade regada pelas conversas no jardim. E suas vidas florescem e espelham o curso da natureza.