sábado, 20 de novembro de 2010
Ligo a torneira de leite de cabra ou de sangue de virgens?
domingo, 7 de novembro de 2010
Se um monte de outros filmes não tivessem acontecido....
Da série Posts Mega Atrasados...
quinta-feira, 17 de junho de 2010
domingo, 7 de março de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
J.K. ROWLING: OS CONTOS DO BARDO BEEDLE
EDWARD RUTHERFORD: OS PRÍNCIPES DA IRLANDA (DUBLIN FOUNDATION)
MARVELS e AUTHORITY
Mais Neil Gaiman: Violent Cases, Mistérios Divinos, Dias da Meia-Noite
SANDMAN: A JORNADA DOS SONHOS COMPLETA
NEIL GAIMAN: COISAS FRÁGEIS
Postado originalmente em 05/02/2009
Demorou mas lançaram no Brasil essa recente coletânea do criador de Sandman.
Destaque para o conto "O Monarca do Vale", onde Gaiman resgata o personagem Shadow, de seu romance Deuses Americanos. Outro curioso é "O Problema de Susan", em que o autor tenta exorcizar sua frustração com o destino de Susan em As Crônicas de Nárnia.
São 9 contos maravilhosos.
Michael Crichton: Linha do Tempo
Postado originalmente em 05/02/2009
E o homem se foi. Mal tinha acabado de ler esse romance sobre viagem no tempo, física quântica, idade média e tal, quando soube que Michael Crichton tinha morrido vítima de câncer. Achei uma pena, pois fiquei muito interessada na obra dele e imaginava quantas idéias legais ainda iria abordar em novos livros.
Na semana em que partiu, foi exibido um episódio do seriado E.R. com uma introdução especial em que o ator Eric La Salle (o dr. Peter) fez uma homenagem super bonita ao Crichton. Ele foi o idealizador da série, que tomava emprestado um pouco da experiência do escritor quando foi médico da emergência de um hospital de Chicago. Aliás, sempre achei que aquele personagem do E.R., Dr. Carter, é meio que um alterego do Crichton. A história é em Chicago e ambos foram estagiários e residentes do setor de emergência. Ambos conheceram a África. Só que Michael Crichton, antes de estudar e fazer residência em medicina, era um antropólogo. Suas viagens à África, que inspiraram livros como Congo (que não li), ocorreram em função da Antropologia. Esse background do autor me interessou muito. Mais do que o sucesso de Jurassic Park.
Passei alguns anos na vontade de ler esse Linha do Tempo e o Devoradores de Mortos. Esse último, foi o que inspirou o filme O 130 Guerreiro, com o Antonio Banderas. Na verdade, o livro não é exatamente uma obra de ficção, mas sim o resultado de uma pesquisa de Crichton sobre um manuscrito de um sujeito do mundo árabe da idade média, que realmente existiu e registrou suas impressões de uma viagem pelas terras dos Vikings. São muito bacanas, tanto o livro quanto o filme.
Mas vamos ao Linha do Tempo. Conheci primeiramente o filme, que achei fraco e bobo. Aproveita muito pobremente um ótimo argumento sobre viagens no tempo. A presença de Gerard Butler dá até uma florida na parada, mas o Marek que ele interpreta é muito fraquinho em comparação com o do livro.
Pois bem. Nesse romance, o Crichton coloca em questão as possibilidades de viagem no tempo, respaldadas, se posso dizer assim, pela física quântica. Não vou entrar em detalhes sobre esse assunto, até porque, mesmo com as tentativas de explicar, da forma mais didática possível, os fenômenos de deslocamento no tempo-espaço (o autor até desenha, literalmente), fiquei de cuca fundida total. Deixa pra lá a parte científica da ficção....
Os personagens principais do livro são cientistas, técnicos e pesquisadores de diversas formações. Uma equipe multidisciplinar, que inclui antropólogos, geólogos, botânicos, físicos e até um especialista em armas e combates na idade média, que fala inglês e francês antigos, occitano e outras línguas obscuras. Esse é o sensacional Marek. Que ainda é pegador e se dá bem nas aventuras...
Bom... Aí, esse povo todo está trabalhando para uma super corporação de tecnologia chamada TechGate, liderada por um empresário visionário chamado Robert Doninger, que, pela descrição de Crichton, é uma espécie de Bill Gates menos famoso, mas muito mais ambicioso e sem escrúpulos. A equipe atua para Doninger num projeto secreto que pretende viabilizar viagens no tempo como a nova fronteira da ciência, turismo e entretenimento. Os funcionários trabalham na escavação de um sítio arqueológico, onde no século 14 (um dos meus favoritos!!!) deu lugar a uma batalha sangrenta em meio à Guerra dos Cem Anos. O piloto do “projeto” pretende levar as pessoas a um “passeio” por esse cenário histórico, de onde retornariam ilesas depois de viverem fortes emoções.
Tudo na teoria é bonito, mas você já pode imaginar que, na prática, ninguém voltaria totalmente ileso e as “emoções” de cair no meio do século 14, sem saber cavalgar ou usar espada e escudo, estão mais para uma roubada, mesmo. E os nossos heróis cientistas se metem nessa enrascada para salvar um dos membros da equipe que não conseguiu voltar ao século 20, e vivem extraordinárias aventuras.
Mas além da viagem no tempo, tem vários detalhes interessantes no livro, com relação aos personagens e suas áreas de conhecimento. Tem uma arquiteta e historiadora, que explica para um bando de turistas como funcionava a fundação das cidades na idade média. Os donos de terras no período medieval construíram muitas das cidades, que hoje achamos que se originaram da ocupação espontânea de um terreno próximo a um rio ou do mar. Mas esses senhores mandavam construir as cidades, às vezes, do nada, para depois explorar os habitantes com impostos, licenças etc. Enfim... Não imaginava que a especulação imobiliária funcionasse nesses termos ardilosos há tanto tempo.
Último comentário nesse tópico que está longo até para um post individual.... E o tal congressista que construiu um castelo medieval enorme numa área rural de Minas? Inacreditável. Preciso de uma máquina de viajar no tempo. Quero saltar para antes da Revolução Francesa, porque nada mudou mesmo. Continuamos sustentando uma classe de aproveitadores. A diferença é que agora somos nós que escolhemos quem vai nos explorar.
Tracy Chevalier: O Azul da Virgem e A Dama e O Unicórnio
Postado originalmente em 05/02/2009
Você pode nunca ter ouvido falar da autora, mas talvez conheça o filme "Moça com brinco de pérola", baseado no livro homônimo, que tornou Chevalier conhecida em todo o mundo.
O filme é muito bonito e realmente transmite o clima do livro. A Scarlett Johansson me parece uma Griet perfeita. A atriz que faz a Tanneke é a própria The Milkmaid (meu quadro favorito de Jan Vermeer). Tem cenas filmadas em Delft, onde Vermeer viveu. Até a estrela no chão da Praça do Mercado, onde Griet dá voltas, perdida em suas indecisões, está lá, meio desbotada, no filme. Mas é no livro que a autora garante uma viagem extraordinária pelas sedas, pérolas, luzes e cores do imaginário de Vermeer (aliás, li aqui que se pronuncia "férmir"), e pelas sensações e transformações de uma jovem protestante holandesa, que trabalha como empregada na casa do artista, e se torna irremediavelmente presa dos mistérios da arte e das intrigas da família.
Tracy Chevalier nasceu nos Estados Unidos e vive na Inglaterra. Ela cria histórias sobre mulheres, que, geralmente, vivem em épocas passadas. Tracy possui um texto esplêndido, além de caprichar no que diz respeito à pesquisa e reconstituição de época.
O AZUL DA VIRGEM
Esse é o primeiro livro da Tracy. É sobre duas mulheres em tempos diferentes, que o leitor percebe aos poucos serem descendentes uma da outra.
A ruiva Isabelle du Moulin vive no século 16, na França. Sua família torna-se protestante e muda-se para a Suíça. Mas a força ancestral da Virgem ainda assombra o coração da jovem huguenote. E nos anos 90 vive a parteira americana Ella Turner, que muda-se para a França, onde o marido acaba de aceitar um emprego. Investigando as origens de sua família (os Turner ou Tournier) pelo interior da França, Ella vai aos poucos se aproximando da vida da antepassada Isabelle.
Ao alternar os capítulos entre Isabelle e Ella, Tracy coloca o leitor como o observador de um labirinto, em que as personagens caminham de entradas (e tempos) diferentes, atraídas para um mesmo ponto obscuro. Tracy desde o início já manda bem. É uma leitura vertiginosa. Daquelas para um feriado chuvoso de 3 dias, em que você não consegue parar de virar as páginas.
A DAMA E O UNICÓRNIO
Agora Tracy volta a falar de obras de arte e inventa uma história maravilhosa em torno do famoso conjunto de tapeçarias do final do século 15, que hoje encontra-se exposto no Museu da Idade Média, em Paris. O pintor miniaturista e mulherengo Nicolas des Innocents recebe uma encomenda para a qual cria o motivo da Dama e o Unicórnio. Mas acaba sendo obrigado por seu cliente, Mr. Jean Le Viste, a partir de sua querida Paris rumo a Bruxelas, onde irá acompanhar a confecção da série de tapeçarias com o tema que criou.
E o romance segue com a trajetória e as motivações do artista, bem como as mulheres que o inspiraram. Há descrições detalhadíssimas das técnicas de tecelagem da época. Dos millefleurs. Confesso que às vezes me perdia tentando entender exatamente como os tecelões do século 15 manipulavam aqueles teares pesados e complicados, com suas manivelas, urdiduras, liças, cilindros etc. Sem falar na preparação dos fios e na dificuldade de obter a cor exata com os processos de tintura. Enfim... era um trabalho hercúleo, demorado e que quase esgotava física e financeiramente os artesãos.
Tracy cria uma trama envolvente e uma série de personagens apaixonantes. E, claro, desperta no leitor uma tremenda curiosidade de ver as tapeçarias de perto e imaginar essa e outras histórias para as pessoas que as criaram.
A Dama e o Unicórnio é o quarto livro da autora, posterior ao Moça com Brinco de Pérola. Ainda falta ler Anjos Caídos (2001) e Burning Bright (2007).
Encerrando esse longo adeus a 2008...
Postado originalmente em 05/02/2009
Gosto de ficar parada olhando pros meus livros... São meus amigos imaginários. Acho que sou meus livros.
Numa daquelas descoberta casuais que a Internet nos proporciona, me surpreendi com esse ótimo blog do projeto Portaberta. Veja esse post com o poema O homem que foi soterrado pela biblioteca, de Fábio San Juan.
Tenho uma compulsão quase incontrolável por livros. Passar na porta da Saraiva ou da Livraria da Travessa é um perigo pra mim. O que acontece? Compro os livros como uma garantia de alimentação literária até a morte. Não dou conta de ler tudo o que compro e o que me emprestam. É uma vergonha. Já fiz até uma prateleira só dos livros interrompidos e outras dos que continuam aguardando na fila. Daí, mudo de apartamento, arrumo as estantes de qualquer jeito e misturo os lidos, meio lidos e nada lidos.
Em 2008 não li nada que estava na parada arrepiante de sucessos da veja. Não. Eu não li os livros dos vampiros da Stephanie Meyers, nem o novo do autor do Caçador de Pipas. Nada contra. Mas não sei dizer porque ou como escolho essas leituras. Tem a ver com os autores, que são os meus favoritos. Não tive muito tempo para ler o quanto gostaria, pois foi um ano de estudos em função de uma pós-graduação, então, tive que dar preferência às leituras que não entram nos assuntos do blog.
Mas até que foi produtivo.
APOCALYPTO
Postado originalmente em 01/02/2009
Antes de mais nada, devo dizer que tenho uma bronca violenta do Mel Gibson como diretor. Tipo, eu nunca vou ver aquele do cristo, nem o da guerra de independência (apesar de ter o Heith Ledger, que Deus o tenha), nem aquele outro da guerra do Vietnã. Não me interessam as idéias revisionistas e reacionárias do cara. Prefiro ele como ator. Pode ser canastrão, mas é lindo de morrer e carismático.
As exceções são o Brave Heart (apesar dele demonstrar uma homofobia descarada quando o rei defenestra o namorado do principe), o Homem sem face (ótimo) e esse mais recente, Apocalypto.
Gibson faz questão de tornar autêntica a reconstituição de época de seus filmes. Isso se vê em Brave Heart e, pelo que li, também naquele das guerras de independência (que conta com consultoria do Smithsonian Institution) e no do cristo ensanguentado feito uma picanha na cruz (falado em aramaico e o caramba). Esse rigor não garante bons filmes, mas é levado adiante com o Apocalypto, onde os atores falam uma língua que a divulgação do filme informava ser muito próxima da que os antigos astecas ou maias, sei lá, falavam. E ainda tem toda a parte de maquiagem, figurino (mínimo, pra falar a verdade) e adereços.
Mas o que importa dizer é que é um ótimo filme de ação, com tudo que uma narrativa clássica da jornada do herói tem direito. Nem precisava de tanta preocupação com a língua da época. Li uma resenha, acho que do NY Times, na época que estreou nos EUA, criticando o filme pela correria ininterrupta do personagem principal. Realmente, ele corre em boa parte do filme, mas acontecem taaaaaantas coisas. É bem bacana e passa no Telecine.
TRILOGIA JASON BOURNE
Postado originalmente em 01/02/2009
Esses filmes são o exemplo do gênero tiros, socos e correrias mais legais de assistir. Me rendi desde o primeiro, A Identidade Bourne. Apesar do Matt Damon, que não considero grandes coisas, é uma excelente aventura de espiões com roteiro sempre inteligente.
Os filmes mais populares de ação sempre me intrigaram, pois tenho dificuldade de acompanhar as cenas de batalhas, tiroteios, perseguições, aviões se bombardeando etc. Acho tudo muito rápido e acabo me intediando. Acho que foi o 300 que conseguiu me fazer acompanhar uma cena de batalha realmente maravilhada com toda a ação.
Mas nos filmes do Bourne, sei lá, não tem nem importância ficar sem entender totalmente as brigas e tiros. A história funciona de qualquer jeito. E os dois últimos filmes, A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne, são ainda melhor nesse aspecto. Foram dirigidos pelo Paul Greengrass (um dos cineastas mais interessantes do momento, ele fez também aquele Vôo não sei que lá da United) e têm o ritmo mais alucinado e vertiginoso ainda.
Coloquei a trilogia na lista porque foi apresentada em maratona no Telecine há uns meses atrás. E é incrível como a gente assiste um seguido do outro e fica com vontade de voltar a ver o primeiro, assim que o último acaba.
Além disso, o tema do Moby, Extreme Ways, é uma das minhas músicas favoritas do careca descendente de Herman Melville.
ACROSS THE UNIVERSE
Postado originalmente em 01/02/2009
Beatles. Há quem não goste dos Beatles. O que acho estranho, pois eles são tão desiguais. Ao longo de 8 anos de existência, a banda fez cada álbum tão diferente do anterior. São várias facetas dos Beatles. Revolver está bem distante de A Hard Days Night, que não tem nada a ver com o White Album.
E que tal um filme que atravessa os anos 60 ao som dos Beatles? Era uma vez um cara chamado Jude, que se apaixona por Lucy. Eles vão para Nova York e moram na república da sexy Sadie, onde também vive a querida Prudence.
E por aí segue o filme da ótima Julie Taymor (Titus e Frida). Uma explosão extasiante de cores, música, paz e amor ao som de Hey Jude, Lucy in The Sky with Diamonds, Dear Prudence, Helter Skelter, Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band e muitas outras, com direito a Bono cantando The Walrus. Mas nada remete a uma coleção de videoclipes. É muito mais que isso. Destaque para a cena mais bonita e impactante do filme, quando ouvimos Strawberry Fields Forever.
A PELE, BIOGRAFIA IMAGINÁRIA DE DIANE ARBUS
Postado originalmente em 01/02/2009
Há muitos anos li um livro da Susan Sontag sobre fotografia. Entre vários aristas das lentes, ela se detem sobre a obra de Diane Arbus. Lembro do texto de Sontag descrevendo as pessoas clicadas por Diane. Os mais diversos tipos marginalizados de Nova York, como anões, mulheres barbadas e outros freaks.
Esse filme com Nicole Kidman e Robert Downey Jr. é um belo e carinhoso retrato fictício da fotógrafa tão incompreendida em sua época. O título original em inglês, "Fur" (que quer dizer pele, mas do tipo peluda como de mink, chinchila ou qualquer outra que serve para casacos de pele), remete ao ramo da família de Diane, que comercializava casacos de pele.
Pele também é o objeto imediato da curiosidade da fotógrafa, que conhece e se envolve com o vizinho, vivido por Downey Jr., que sofre de hipertricose. Tem o corpo inteiramente coberto de pelos como um urso.
O filme constrói um possível universo interior de Diane Arbus, dividida entre sua família conservadora, e a irresistível atração pelo exótico mundo dos outsiders.
ZODIACO
Postado originalmente em 01/02/2009
Muito bom filme, baseado em história real do chamado assassino do Zodiaco, que mandava cartas à redação de um jornal de San Francisco, enlouquecendo as vidas de jornalistas e policiais nos anos 70.
Tem ótimos atores: Jake Gyllenhaal, Mark Rufallo e Robert Downey Jr. (por favor, continua assim que tá ótimo, bicho! ).
Podia realmente ser menos longo (concordo com minha amiga Julie).
SURF’S UP (TÁ DANDO ONDA)
Postado originalmente em 01/02/2009
Pinguins surfistas num filme de animação com uma dinâmica meio de ficção, meio de documentário. E tem vozes de surfistas de verdade.
É sensacional! O melhor de tudo é o velho surfista solitário com voz do Jeff Bridges. Tipo um Big Lebowski das ondas. E tem o frango surfista perdido entre os pinguins... Já tou com vontade de ver de novo.
A trilha sonora é maravilhosa, com direito a uma inédita da Lauryn Hill.
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
Postado originalmente em 01/02/2009
Fecho com esse sensacional longa-metragem que só consegui ver em DVD. Na verdade, é um filme de 2007, mas, se não me engano, chegou ao Brasil no ano passado. Assisti depois de Ensaio sobre a Cegueira, com quem tem lá alguns laços simbólicos. Mas o Escafandro e a Borboleta é uma experiência bem diferente.
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric, o vilão do último 007) é o poderoso editor da revista Elle, que sofre um derrame e perde os movimentos quase totais de seu corpo. Depende de aparelhos para manter seus pulmões, coração e outros órgãos funcionando, e se comunica com o piscar de um dos olhos, único movimento que consegue controlar.
Duas mulheres (lindas como anjos) ajudam Bauby a dominar a linguagem do olho e a tentar recuperar o movimento da boca para talvez voltar a falar. E tudo é mostrado pelo olho de Bauby. A câmera fica "oculta" por trás de seu olho e acompanha toda a angústia e frustração do personagem. Ouvimos tudo que ele queria ter dito de verdade e que não transmitiu com as piscadas. Aliás, este é um método super complicado, em que seu interlocutor encadeia as letras do alfabeto na ordem em que estas são mais utilizadas na língua francesa. E, O, L, R, M (algo assim). E, conforme se diz a letra da palavra que quer formar, o paciente pisca indicando para parar naquela letra. Lentamente, as palavras vão se formando. Bauby e seus anjos avançam na liguagem do "pisca-letras" e o ex-editor, consegue um arremedo de vida para o corpo aprisionado.
E é isso que gostaria de contar. No mais é um dos filmes mais bonitos e emocionantes que já assisti. Difícil de descrever com justiça.
MARGOT AT THE WEDDING
Postado originalmente em 01/02/2009
Desse só quero comentar que gosto muito dos atores Nicole Kidman, Jennifer Jason Leigh e Jack Black. Mas apesar deles, e da história ser diferente do usual, achei meio chato.
Nicole e Jennifer são duas irmãs com questões mal resolvidas. Nicole (Margot) vai ao casamento de Jennifer (Pauline) com Jack Black (que até em filmes sérios e densos é bom, sem deixar de ser engraçado). Os dias de véspera do casamento são um desenrolar de brigas, choros, reencontros dolorosos. Tudo muito centrado nos diálogos, embora as pessoas quebrem o pau se deslocando bastante, mudando de cenário (ora dentro de casa, ora caminhando num bosque ou dirigindo um carro), o que confere alguma ação ao filme.
É cheio de frustrações e problemas não resolvidos. Parece com a vida. E bem chato como ela muitas vezes é.
BECOMING JANE
Postado originalmente em 01/02/2009
Filha de um pároco do interior da Inglaterra, Jane não tem grandes perspectivas de casamanto. As poucas que tem, recusa por julgar que merece se casar por amor. Mas tem um romance proibido com um jovem advogado, Sr. Tom Lefroy (o meu novo queridinho James McAvoy).
No Brasil, o filme ganhou o título ralo de Amor e Inocência (só pra ajudar a achar em DVD e na programação de TV).
O CLUBE DE LEITURA DE JANE AUSTEN
Postado originalmente em 01/02/2009
Fiquei meio decepcionada com esse, que aguardei sair nos cinemas, mas foi direto para DVD. Adoraria fazer parte de um clube de leitura de Jane Austen ou de leitura em geral. Mas não gostaria de formar clube com as personagens desse filme. Talvez com a Bernadette (Kathy Baker), que parece a única que gosta mesmo dos livros. O resto é um bando de chatas, que, apesar de estarem no século 21, têm vidas mais tediosas que as pobres heroínas de Austen.
Mesmo sendo uma fonte de inspiração para as tramas de confusão e desencontros amorosos, típicos das comédias românticas mais batidas, a obra de Jane Austen não foi bem aproveitada nesse filme. Pena... O argumento até parecia bom.
A única coisa realmente legal foi descobrir a música do Paolo Nutini ("New Shoes") que toca na abertura do filme.
Para quem gosta da autora, recomendo o blog Jane Austen em Português.
THERE WILL BE BLOOD (SANGUE NEGRO)
Postado originalmente em 01/02/2009
Esse concorreu ao Oscar do ano passado e conquistou o de melhor ator para Daniel Day-Lewis. Não consegui ver no cinema (difícil dar conta de tudo em 2008...).
O filme narra a saga de Daniel Plainview (Day-Lewis, cada vez mais raro nas telas, mas não menos extraordinário). Apesar do nome, Plainview tem uma visão bastante arrojada da vida e dos negócios e, após anos de ralação e trabalho braçal, ergue uma enorme corporação de exploração do petróleo. A ascensão de Plainview, sua conturbada relação com o filho adotivo e os conflitos com a comunidade onde explora o "sangue negro" são os principais elementos da trama de There will be blood (Sangue Negro).
E puxa vida... que filmaço. Diferente de tudo que eu tinha imaginado. Econômico nos diálogos. Com saltos e cortes abruptos, que parecem querer puxar o expectador por uma janela de distanciamento crítico.
O diretor Paul Thomas Anderson tem projetos bem diversificados no currículo como os filmes Boogie Nights e Magnólia, episódios de Saturday Night Live e comerciais de TV. Mas nesse There will be blood (Sangue Negro), Anderson cria algo realmente diferente para o cinema.
E a trilha sonora é outra surpresa, com tema orquetral de Jonny Greenwood (guitarrista do Radiohead) e obras de Brahms e Arvo Pärt.