sábado, 20 de novembro de 2010

Ligo a torneira de leite de cabra ou de sangue de virgens?



Da série de posts ridiculamente atrasados...

Como resistir a uma história horripilante feito essa? Alguém começa a contar sobre uma mulher que matava virgens para se banhar no sangue delas e permanecer bela e jovem para sempre. E quem ouve não consegue resisitir: conte mais!

Tem certas imagens e elementos de histórias de terror que arrebatam as pessoas. Não sou da geração dos Jogos Mortais e filmes japoneses de almas penadas. Tive sempre medo mesmo era de ver pessoas enterradas vivas, partidas ao meio na porta de um elevador, esmagadas em uma dama de ferro, devoradas por cobras ou atacadas por escorpiões.

Elizabeth (ou Erzsébet) Barthory foi uma condessa húngara que viveu lá pelo final do século 16 e início do 17. Ficou conhecida como a Condessa Sangrenta (e mais tarde também como maior serial killer do sexo feminino de todos os tempos) depois de ser acusada e investigada pela tortura e assassinato de centenas de jovens mulheres e algumas meninas. Lenda ou não, depoimentos da época contam que a condessa acreditava que aplicar o sangue de mulheres virgens na pele iria garantir sua juventude e beleza. Barthory foi retratada em diversos filmes e tornou-se até objeto de culto dos malucos góticos.

A primeira vez que ouvi falar na condessa Barthory foi em um episódio da série A Ilha da Fantasia. Uma hóspede de Mr. Roarke tinha visões e sonhos sobre uma mulher chamada Elizabeth, que era justamente a lendária condessa sangrenta. Lembro bem do clima do episódio, cheio de gritos, imagens de masmorras e teias de aranha. E é difícil esquecer do horripilante fim da condessa: condenada ao emparedamento até morrer (mais um ingrediente clássico). Esse episódio é uma das minhas principais referências de histórias de terror. Como foram também Sssssss O Homem Cobra, A Profecia, O Homem de Papel, A Casa da Noite Eterna e a série de filmes do Dr. Pheebs com Vincent Price.


Julie Delpy, que dirigiu o filme e interpretou a personagem, simplesmente não deu a mínima para o "ícone gótico". Contou com frieza a história da condessa assassina. Praticamente não tem suspense ou qualquer atmosfera de horror. Só o retrato de uma rica viúva, bela e inteligente, que vai pirando progressivamente com o medo de envelhecer e não ser amada. Nem é muito psicológico. Mostra com poucos rodeios a vida de uma psicopata em deterioração.


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